segunda-feira, 18 de março de 2013

O DIA DA MORTE DE CRISTO

O DIA DA MORTE DE CRISTO
Introdução: Em que dia morreu e ressuscitou Jesus Cristo? Para a maioria dos cristãos a resposta à esta pergunta é: “morreu na sexta-feira e ressuscitou no domingo de Páscoa”. Porém não é tão simples assim. Examinando as Escrituras encontraremos a verdade sobre o dia da morte de Jesus na cruz. O presente estudo tem como objetivo examinar uma série de textos bíblicos que o farão entender melhor os fatos que envolveram a pessoa de Cristo com relação à sua morte e ressurreição.

1 - PÁSCOA : SUA RELAÇÃO COM A MORETE DE CRISTO
Há uma estreita relação entre a antiga Páscoa judaica e a morte de Cristo. E não se pode analisar os fatos que culminaram com Sua morte sem se levar em conta a relação existente entre ela e a Páscoa que lhe serviu de sombra (Cl. 2.17).

1 – A instituição da Páscoa (Êx. 12:1-14; Dt. 16:6,16; Nm. 28:17,18). A Páscoa era celebrada no dia 14 de Abibe, que mais tarde tornou-se conhecido como mês de Nisã. Este era o primeiro mês do calendário hebraico (o que corresponde a março/abril do calendário atual). A data da Páscoa era fixa, diferindo da Páscoa comemorava a libertação do cativeiro efípcio. O cordeiro escolhido, para esse jantar familiar, deveria ser separado no dia 10 e imolado no dia 14, no crepúsculo da tarde. O décimo quinto dia, o primeiro dia eram os dias dos pães ázimos (sem fermento); e no vigésimo segundo dia, observava-se um novo repouso (Lv. 23:8).

2 – Os elementos da Páscoa (Êx. 12.5). O cordeiro, a ser morto na ocasião da Páscoa, deveria ter um ano de idade e ser perfeito. Essa exigência de Cristo, o Filho de Deus (Jo. 1:29). Ainda havia naquela composição: pão asmo e ervas amargas. O pão da Páscoa precisava ser asmo ou ázimo, isto é, sem fermendo, e não podia haver nenhum traça de impureza, significada pelo fermento (êx. 12:18-20), poi prefigurava o Cristo (também sem pecado); e as ervas amargosas os sofrimentos de Israel, e o ministério de Jesus com sua aflições (Jo. 19:17).

3 – A morte de Jesus e sua relação com a Páscoa (I co. 5:7). Jesus, como o cordeiro de Deus, é a nossa Páscoa e comemora a libertação da escravidão do pecado. Relacionada ao ministério público de Jesus, a Páscoa é algo determinante que faz, coincidir, também, no mesmo dia e hora da morte de Jesus. O cordeiro da Páscoa era imolado à tarde do décimo quarto dia de Nisã e comigo depois ao pôr-do-sol. Da mesma forma que o cordeiro pascal lembra a salvação da escravidão do Egito. Cristo, o cordeiro pascal, lembra a salvação do pecado.

II – A DETERMINAÇÃO DA TADA DA MORTE DE JESUS
Vamos agora descobrir o ano da crucificação de Jesus, tendo já descoberto que o dia da Sua morte se deu no dia 14 de Abibe, quando se comemorava a Páscoa.

1 – A profecia de Daniel (Dn. 9:24-27). O anjo explicou a Daniel que passaria 69 semanas proféticas desde a saída da ordem de restaurar e edificar Jerusalém até ao Messias, o Príncipe. Na profecia de Daniel, a palavra semana, segundo se entende no contexto, significam 7 anos. Tomando isso por base, faremos o cálculo para saber o tempo em que apareceria o Messias. Segundo as Escrituras, desde que se deu a ordem para a restauração de Jerusalém nos dias do rei Artaxerxes, que foi no ano 457 a.C. (Ne. 2:1), até o dia quando chegasse o Messias, passariam 483 anos (69x7 = 483 -457=26). Este tempo cumpriu-se literalmente no batismo de Jesus, quando João o batizou no rio Jordão, iniciando, assim o seu ministério no outono do ano 27 d.C. Segundo a profecia, O Príncipe seria tirado (morto) no meio da septuagésima semana profética, ou seja, três anos e meio depois do concerto, que se deu no ano 31 d.C.

2 – O Ano da Sua morte (Lc. 3:1-3). Lucas declara que João Batista começou a batizar no décimo quinto ano de reinado de Tibério César, o imperador romano, Isso ocorreu 15 anos após o batismo de Jesus, que se deu no ano 27 d.C., somos transportado ao ano 31 d.C. Sendo assim, temos o ano 31 como sendo o ano da morte de Cristo.

3 – O sinal da sua morte (Mt. 12:40). Há três palavras gregas para designar milagres: a) “teras”, coisa maravilhosa; b) “dunamis”, poder maravilhoso; c)”semeion”, uma prova ou sinal sobrenatural. Os judeus pediram um sinal para Jesus. Para confirmar a obra de Jesus, haveria o maior prodígio de todos. O tempo de permanência na sepultura foi dado por Jesus como o sinal da Sua messianidade. Esse tempo seria, segundo Jesus, de três dias e três noites. A analogia a Jonas serviu ao propósito de Jesus para apontar para Sua ressurreição.

III – O MINISTÉRIO DA ÚLTIMA SEMANA
Um cuidadoso exame dos textos bíblicos vai mostrar com suficiente clareza onde Jesus esteve em casa um dos dias da última semana de Seu ministério terreno. Entretando, é oportuno esclarecer que os acontecimentos narrados nos evangelhos não obedecem a nenhuma ordem cronológica. A despeito disto, porém, é possível ordenar-se boa parte dos acontecimentos, inclusive porque a maioria ocorreu durante a última semana.

1 – Sexta-feira anterior à morte (Jo. 12:1; Lc. 13:22). Jesus saiu de Efraim e se dirigiu para Betânia. Isso ocorreu 6 dias antes da comemoração da Páscoa dos judeus. Isto significa que a referido saída ocorreu no dia 9. O percurso entre Efraim e Betânia não poderia ser feito senão em um dia comum de trabalho, em razão da distância, cerca de vinte quilômetros.

2 – Sábado anterior à morte (Lc. 13:10, 31-33; 14:1; 18:31-34; 19:1-5). Jesus ensina numa sinagoga. Neste mesmo dia vamos encontrá-lo participando de um banquete. De acordo com o costume judaico, o Senhor não teria prosseguido com Sua viagem no Sábado. No final daquele Sábado, Jesus foi informado de que Herodes procurava ocasião para matá-lo, e isso fez com que se retirasse dali com Seus discípulos para Jericó (Mc. 10:46,51-52). Porém, antes de sair, mandou dizer a Herodes que tinha uma agenda a ser cumprida, abrangendo três dias de intensa atividade e que só depois disso, seria consumado. Naquela noite, Jesus pousou na casa de Zaqueu, em Jericó.

3 – Primeiro dia da semana anterior à morte (Mt. 20:29;21:1-11). Pela manhã do primeiro dia da semana, Jesus juntou-se à uma caravana de peregrinos vindo da região da Peréia, dalém do Jordão, e com eles entrou em Jerusalém, montado em um jumentinho. Nesse mesmo dia expulsou os cambistas do templo (Lc. 19:45,46). À noite, retirou-se para Betânia, onde pousou (Mc. 11:11). Chegaba ao fim o primeiro dia da sua agenda de trabalhos mencionada em Lucas 13.31-33.

4 – Segunda-feira anterior à morte (Mt. 26:1, 14-16, 22). Jesus voltou à Jerusalém na manhã de Segunda-feira, dia 12 de Abibe, indo ao templo, onde ficou ensinando (os ensinos são os que estão em Mateus 21:23 a 25:46). Mateus registra que “daqui a dois dias é a Páscoa...”, E ele ainda acrescentar que é nesse dia que “o Filho do homem será entregue para ser crucificado”. Isto iria ocorrer no dia 14 de Abibe, num Quarta-feira, o último dos 6 dias de João 12.1 e também o último dos 3 dias mencionados em Lucas. Ainda nesse mesmo dia Judas procurou o príncipe dos sacerdotes para combinar o preço da traição.

5 – Terça-feira anterior à morte (Lc. 22:17-19). Ao pôr-do-sol daquele dia Jesus mandou preparar o local dos preparativos da Páscoa que seria comido ao entardecer do dia 14, Jesus, porém, antecipou para a noite do dia 13 (Terça-feira), comendo assim a Páscoa com seus discípulos uma noite antes do normal. Depois levantou-se da mesa e lavou-lhes os pés (Jo. 13:1-17) e instituiu a Santa Ceia (Mt. 26:26-29). Logo após anunciou a traição dando um bocado de pão a Judas que saiu para chamar os soldados, “e era já noite” (Jo. 13:30). Jesus deu as últimas instruções aos Seus discípulos (Jo. 13.31 a 17:26). Depois saiu com eles para além do ribeiro de Cedrom, onde havia um horto “e Judas, que o traia, também conhecia aquele lugar” (Jo. 18.1,2). Logo após, Judas, que o traia, também “a coorte e oficiais dos principais sacerdotes e fariseus, veio ali com lanternas, tochas e armas” para prenderem a Jesus. Os discípulos fogem, deixando Jesus sozinho. Ainda nessa mesma noite, Ele foi levado perante Anás (Jo. 18:3,12,13).

IV - O DIA DA MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS
já pudemos observar que a última Páscoa comemorada por Jesus ocorreu no ano 31 d.C., e o cordeiro pascal, segunda as Escrituras, devia morrer exatamente no dia 14 do mês de Abibe. Vejamos agora em que dia ocorreu a morde do nosso Salvador.

1 – O dia da sua morte (Lc. 22:66-71; 23:6-12; Jo. 18:39,40). Cedo, de manhã, na Quarta-feira, dia 14 de Abibe, Jesus foi levado da casa de Caifás para a audiência com Pilatos. Antes, passou pelo julgamento formal diante do Sinédrio. Pilatos enviou Jesus a Herodes. Herodes enviou Jesus novamente a Pilatos, que soltou a Barrabás. (Mt. 27:15,16,26). Jesus é coroado, espancado e forçado a levar a cruz até monte do Gólgota, onde é crucificado entre dois ladrões (Mt. 27.27-38), e desde a hora sexta (meio-dia) até a hora nona (três horas após meio dia) houve trevas. Houve um grande terremoto e o véu do templo se rasgou em duas partes (Mt. 27:45,51). À hora nona Jesus expirou, e caindo a tarde, José de Arimatéia foi ter com Pilatos para pedir o corpo de Jesus. A segior, com Nicodemos, prepararam o corpo para o sepultamento (Mt. 27:57-60; Jo. 19:38-42), e o sepultaram num sepulcro novo, o pôr-do-sol. A partir daqui começam “os três dias e três noites”.
2 – A preparação dos Judeus (Mt. 27:62). Sendo Jesus crucificado na Quarta-feira o dia imediato, Quinta-feira, era o dia chamado “o grande Sábado”(feriado judaico, Jo. 19.31); era o dia 15 de Abibe ou Nisã, o primeiro dia após o sacrifício do cordeiro pascoal. Este dia da preparação não era a Sexta-feira, mas sim o prepara dos judeus para a pascoa (Mt. 26:1-5; Mc. 14:1,2). Esse é o motivo de Mateus não ter usado o termo “Sábado”, para não ser confundido com esse dia.
3 – O dia da ressurreição (Mt. 28.1). Mateus registra que “no findar do Sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana”. As mulheres foram ver o sepulcro de Jesus. É importante notar que o dia hebraico termina no pôr-do-sol. Portanto, fica evidente que Jesus ressuscitou no pôr-do-sol do Sábado, e não no Domingo de manhã, como é ensinado por muitos. A ressurreição de Jesus teria de se dar no Sábado, ao pôr-do-sol, no momento exato quando se completariam os três dias e as três noites – no seio da terra. Relembremos aqui o tempo: Jesus passou na Sexta na sepultura, as noites de: Quarta para Quinta: de Quinta para Sexta e Sábado = três noites; passou os dias de: Quinta, Sexta e Sábado o dia todo até o momento da ressurreição, no findar do dia, segundo as Escrituras = três dias. Portanto, “Três dias e três noites” .

V – A HARMONIA DOS EVANGELHOS
Há textos que se apresentam como forte objeção ao assunto; porém, o estudo dos mesmos ajuda a entender essas coisas. Quanto comparadas uns com os outros: a causa justa aparece. Vejamos como se harmonizam os evangelhos.

1 – A preparação das mulheres (Mc. 16:1,2; Lc. 23.53-56). Lucas registra a preparação das mulheres antes do Sábado e Marcos depois do Sábado. Como se explica isso? É importante lembrar que aquela semana teve dois sábados: O Sábado pascal e o sétimo dia. O Sábado pascaal era comemorado no dia 15 de Abibe (não importava o dia da semana em que caísse). Neste dia era feira a “santa convocação” (Lv. 23.6,7). Assim fica claro que as mulheres compraram as especiarias na Sexta-feira daquela semana, e que o escritor Marcos faz referência ao Sábado pascal, o qual ocorreu numa Quinta-feira, enquanto Lucas menciona o Sábado do sétimo dia da semana.

2 – A ressurreição no primeiro dia da semana (Mc. 16.9). A Bíblia, quando foi escrita, não tinha divisões de capítulos e versículos, como tem agora, tampouco, a pontuação, pois os textos eram escritos à mão e em ordem seguinda, mesmo sem separação de palavras. Por conseguinte, a vírgula que aparece logo após a palavra “semana” não foi colocada por Marcos. Porém quanto a pontuação entrou em vigor, foi colocada de acordo com o pensamneto da ressurreição no primeiro dia da semana. Entretanto, o texto precisa ser lido com a pontuação da seguinte maneira: “E tendo Jesus ressuscitado, na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeramente a Maria Madalena, do qual tinha expulsado sete demônios”. A referência do primeiro dia é então ao encontro de Jesus com Maria e não à ressurreição.





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