Introdução:
Ao olharmos os ensinos bíblicos nos mandamentos do Senhor,
encontramos de início a afirmação ao povo que deseja ser povo de
propriedade exclusiva de Deus. Que deseja servir amorosamente Àquele
que os libertou do cativeiro, da escravidão e da manipulação
religiosa: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx. 20:3).
O desafio deste texto inicial da Lei Moral, era promover a libertação
interior do povo da idolatria e de toda forma de culto que não
poderia substituir na vida daqueles que foram libertos e resgatados
pelo Único Deus, Vivo e Verdadeiro.
I –
DEFINIÇÃO DE IDOLATRIA
Ídolo é
uma imagem, uma representação de algo, ou um símbolo que seja
objeto de devoção passional, quer material, quer imaginado. De modo
geral, idolatria geralmente envolve alguma formalidade, cerimônia ou
ritual.
Os
termos hebraicos usados para se referir a ídolos não raro
sublinhavam a origem e a inerente inutilidade dos ídolos, ou então
eram termos depreciativos. Entre estas há palavras traduzidas por
“imagem esculpida ou entalhada” (literalmente: algo esculpido):
“estátua, imagem ou ídolo fundidos” (literalmente: algo lançado
ou despejado); “ídolo horrível; “ídolo vão” (literalmente:
futilidade); e “ídolo sórdido”. “Ídolo” é a tradução
usual da palavra grega “eídolon”, e significa “imagem, falso
deus”. Idolatria, no sentido deste estudo, é o desvio da
verdadeira adoração a Deus.
II –
CONCEITO BÍBLICO SOBRE A IDOLATRIA
O
segundo mandamento da Lei Morai proíbe duas coisas: fazer imagens
com fim de adoração e, existindo imagens previamente feitas por
alguém, prostrar-se diante delas e prestar-lhes culto (Êx. 20:4-6).
Além disso, este mandamento estabelece a espiritualidade e santidade
de Deus como verdades fundamentais que devem ser a essência do
verdadeiro culto. Este mandamento foi estabelecido por Deus
acompanhado de uma série de advertência. Deus é zeloso em exigir
exclusividade na adoração e culto puramente espiritual. E esse zelo
o leva a punir a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta
geração. Ao fazer tal advertência, Deus só quis chamar a atenção
dos pais para a sua extrema responsabilidade, mostrando-lhes que sua
infidelidade a Deus traria consequências danosas para suas futuras
gerações. Vejamos ainda outros conceitos da Palavra de Deus sobre a
idolatria.
1 –
Termos desprezíveis para os ídolos. Nas Escrituras,
mencionam-se repetidas vezes os deuses falos e os ídolos com termos
de desprezo, como sendo imprestáveis (I Cr. 16:26); horríveis (I
Re. 15:13); impudência (vergonhosa causa) (Jr. 11:13); detestáveis
(Ez. 16:36,37) e repugnantes (Ez. 37:23).
2 –
A descrição da idolatria na Bíblia. A idolatria é descrita como:
Uma abominação a Deus (Dt. 7:25,26); Odiosa a Deus (Dt. 16:22;
Jr. 44:3,4); sanguinária (Ez. 23:39); sem proveito (Is. 46:7);
irracional (At. 17:29); contaminadora (Ez. 20:7;36:18).
3 –
O conceito de Deus sobre os ídolos (Is. 44:9-20). O próprio
Deus nos leva a uma análise crítica sobre a idolatria,
mostrando-nos como pode um ser tão inteligente, como o homem, adorar
“coisas” feitas de madeira, pedra ou metal. Ele faz afirmações
contundentes sobre ídolos, dizendo que: a) eles não tem serventia;
b) não tem vida nem sentidos (Sl, 115.4-8); c) servem para confundir
e envergonhar; d) é feito por homens fracos e mortais; e) são
feitos de materiais, comuns e perecíveis; f) demonstram a insensatez
do homem. Deus condena claramente a procissão de imagens de
escultura (Is. 45:20), e ainda afirma que a imagem é mentira, pois
não há vida nelas (Jr. 51:17,18).
4 –
A denúncia do profeta Jeremias (Jr. 44:17-26). A imagem de uma
mulher com um menino no colo já era adorada nos tempos do profeta
Jeremias. O nome da mulher era Semírames e o nome do menino Tamúz.
Com a “conversão” do Império Romano ao Cristianismo, mudou-se o
nome da mulher e também do menino (Maria e Jesus), mas a imagem é a
mesma. Até hoje é sustentado, pela tradição, a cor das vestes da
Rainha do Céu (Jr. 10:1-15). Os homens, no tempo de Jeremias, já se
ajoelhavam diante as imagens e adoravam-nas (Jr. 1:16).
5 –
O conceito dos Santos Apóstolos (Rm. 1:21-23). No conceito do
apóstolo Paulo, a idolatria é: a) desconhecimento de Deus; b)
adoração falsa; c) falta de gratidão a Deus; d) insensatez; e)
loucura; f) degeneração. Paulo e Barnabé, após terem efetuado um
milagre de cura, recusaram a adoração por parte da sociedade de
Listra (Atos 14:8-18). O apóstolo Pedro também recusou adoração,
por também ser homem (Atos 10:25,26). Os próprios anjos de Deus não
aceitaram a adoração humana (Ap. 22:8.9; Mt. 4:9-10). Os
fabricantes de imagem consideravam o cristianismo como uma ameaça a
seu lucrativo negócio (Atos 19:23-27).
6 – Com relação à idolatria, os cristãos devem: Resguardar-se dela (Js. 23:7); não ter pacto com os idólatras (Êx: 34:16). Os servos do Senhor precisam guardar-se dos ídolos (I Pd. 4:3; I Jo. 5:21), até mesmo hoje em dia.
6 – Com relação à idolatria, os cristãos devem: Resguardar-se dela (Js. 23:7); não ter pacto com os idólatras (Êx: 34:16). Os servos do Senhor precisam guardar-se dos ídolos (I Pd. 4:3; I Jo. 5:21), até mesmo hoje em dia.
III –
PRIMÓRDIOS DA ADORAÇÃO DE ÍDOLOS NA HISTÓRIA BÍBLICA
1 –
Idolatria antediluviana (Gn. 3:6,17; 6:3-5,11-13; Is. 14:12-14; Ez.
28:13-15,17). A idolatria teve seu início, não no domínio
visível mas no invisível, Sataná, quando ainda no céu, cobiçou o
lugar de Deus, e a idolatria fez com que ele pecasse.
Semelhantemente, Eva foi a primeira idólatra humana por cobiçar o
fruto proibido. Já no dias de Noé, os homens erigiam os altares dos
seus ídolos, e cultuavam a deuses falsos, esforçando-se para
representarem Deus por meio de objetos materiais.
2 –
Idolatria nos tempos patriarcais (Gn. 10:9; 11:1-9, 27;28; Js. 24:2).
Embora o Dilúvio nos dias de Noé destruísse todos os idólatras
humanos. A idolatria surgiu de novo, despertada por Ninrode. Através
de seu comando, iniciou-se a construção de Babel e da sua torre
(provavelmente para ser usado na adoração idólatra, plano este que
foi frustado por Deus). Também em Ur dos Caldeus, cidade de Abraão,
a idolatria era praticada por seus moradores.
3 –
Idolatria nos tempo da Lei (Êx. 20:1-6; Dt. 7:5,6; 29;17). Por
terem vivido mais de 400 anos no Egito, o povo de Israel entrou em
contato com a idolatria naquele país, A Lei que Deus dera a seu
povo, depois de libertá-los do Egito, foi explicitamente dirigida
contra as práticas idólatras tão predominantes entre os povos
antigos. Moisés ainda afirmou sobre a impossibilidade de se fazer
uma imagem do Deus verdadeiro. Todos os acessórios da idolatria –
altares, colunas sagradas, postes sagrados, e imagens esculpidas –
deviam ser destruídos.
IV –
FORMAS DE IDOLATRIA
Os atos
de idolatria, mencionados na Bíblia, incluíam práticas revoltantes
tais como:
1 –
Prostituição cerimonial, o sacrifício de crianças, a bebedice e a
autoflagelação, a ponto de sangrar (I Re. 14:22-24; 18:28; Jr.
19.3-5; Os. 4:13,14; Am. 2:8).
2 –
Veneração dos ídolos, por partilhar com eles a comida e a bebida,
em festividades ou cerimônias em sua honra (Êx. 32.6; I Co. 8:10).
3 –
Curvar-se oferecer sacrifícios aos ídolos, por meio de cânticos e
danças diante de tais, e até mesmo por beijá-los (Êx. 32.8,18-20;
I Re. 19:18; Os. 13:2).
4 –
Praticava-se também idolatria por preparar uma mesa com alimentos e
bebidas para os deuses falsos, por fazer ofertas de bebidas, de bolos
sacrificiais e de fumaça (incenso) sacrifical, e por chorar em
cerimônia religiosa (Is. 65.11; Jr. 7:18;44:17; Ez. 8:14).
5 – A
idolatria também consistia na adoração de corpos celestiais
(astrologia), tais como a lua, o sol e as estrelas (Ez. 8:16; Dt.
4:15;19; 17:2,3; II Re. 17:16).
6 –
Adoração de animais, anjos, demônios e homens, Sl. 106.19,20,28;
Cl. 2:8; Ap. 9:20).
7 –
Consistia também em fazer o filho passar pelo fogo, consultar
adivinhos (búzios, tarô, sortes etc.), prognosticador (astrologia),
agoureiros e feiticeiros; procurar encantadores, mágicos e
necromantes (Dt, 18:10-14).
V –
AS CONSEQUÊNCIAS DA IDOLATRIA
A não
obediência a lei de Deus traz sérios danos à humanidade. Vejamos:
1 –
Desvia-se da verdadeiro adoração a Deus (Jo. 4:23,24). “Deus
é espírito” e, portanto, não pode ser representado, nem por
figuras de animais e de homens, Adorar a Deus, segundo Jesus, deve
envolver nossos sentimentos, emoções e verdade.
2 –
Presta-se culto aos demônios (I Co. 10:14,19-22). O apóstolo
afirma que a comida dos ídolos e os ídolos não representam
realidades. Mas os demônios são reais. Quando as pessoas pensam que
estão sacrificando aos ídolos (deuses), na verdade estão
sacrificando aos demônios. Os primitivos cristãos então foram
exortados a fugir da idolatria.
3
– Desfaz-se do verdadeiro mediador entre homens e Deus (I Tm. 2:5).
Havia uma doutrina herética, no primeiro século, que ensinava que
havia muitos intermediários entre Deus e o homem. Até hoje há
muitos cristãos que crêem na intercessão dos “santos” no céu,
junto a Deus. Paulo salientou, porém, que há um só Mediador entre
Deus e os homens – Aquele que morreu pelos pecados de todos –
Cristo Jesus.
4 –
Não herda-se o Reino dos Céus (I Co. 6:9,10; Ap. 21:8). Paulo
relaciona dez tipos de pessoas imorais, que procuram o estilo de vida
descrito no texto citado, e que não possuem nenhum desejo de elevar
moralmente de sua degradação. As pessoas que se contentam em
continuar nessa vida não herdarão o reino de Deus.
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