quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

IDOLATRIA


Introdução: Ao olharmos os ensinos bíblicos nos mandamentos do Senhor, encontramos de início a afirmação ao povo que deseja ser povo de propriedade exclusiva de Deus. Que deseja servir amorosamente Àquele que os libertou do cativeiro, da escravidão e da manipulação religiosa: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx. 20:3). O desafio deste texto inicial da Lei Moral, era promover a libertação interior do povo da idolatria e de toda forma de culto que não poderia substituir na vida daqueles que foram libertos e resgatados pelo Único Deus, Vivo e Verdadeiro.

I – DEFINIÇÃO DE IDOLATRIA

Ídolo é uma imagem, uma representação de algo, ou um símbolo que seja objeto de devoção passional, quer material, quer imaginado. De modo geral, idolatria geralmente envolve alguma formalidade, cerimônia ou ritual.
Os termos hebraicos usados para se referir a ídolos não raro sublinhavam a origem e a inerente inutilidade dos ídolos, ou então eram termos depreciativos. Entre estas há palavras traduzidas por “imagem esculpida ou entalhada” (literalmente: algo esculpido): “estátua, imagem ou ídolo fundidos” (literalmente: algo lançado ou despejado); “ídolo horrível; “ídolo vão” (literalmente: futilidade); e “ídolo sórdido”. “Ídolo” é a tradução usual da palavra grega “eídolon”, e significa “imagem, falso deus”. Idolatria, no sentido deste estudo, é o desvio da verdadeira adoração a Deus.

II – CONCEITO BÍBLICO SOBRE A IDOLATRIA

O segundo mandamento da Lei Morai proíbe duas coisas: fazer imagens com fim de adoração e, existindo imagens previamente feitas por alguém, prostrar-se diante delas e prestar-lhes culto (Êx. 20:4-6). Além disso, este mandamento estabelece a espiritualidade e santidade de Deus como verdades fundamentais que devem ser a essência do verdadeiro culto. Este mandamento foi estabelecido por Deus acompanhado de uma série de advertência. Deus é zeloso em exigir exclusividade na adoração e culto puramente espiritual. E esse zelo o leva a punir a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração. Ao fazer tal advertência, Deus só quis chamar a atenção dos pais para a sua extrema responsabilidade, mostrando-lhes que sua infidelidade a Deus traria consequências danosas para suas futuras gerações. Vejamos ainda outros conceitos da Palavra de Deus sobre a idolatria.

1 – Termos desprezíveis para os ídolos. Nas Escrituras, mencionam-se repetidas vezes os deuses falos e os ídolos com termos de desprezo, como sendo imprestáveis (I Cr. 16:26); horríveis (I Re. 15:13); impudência (vergonhosa causa) (Jr. 11:13); detestáveis (Ez. 16:36,37) e repugnantes (Ez. 37:23).

2 – A descrição da idolatria na Bíblia. A idolatria é descrita como: Uma abominação a Deus (Dt. 7:25,26); Odiosa a Deus (Dt. 16:22; Jr. 44:3,4); sanguinária (Ez. 23:39); sem proveito (Is. 46:7); irracional (At. 17:29); contaminadora (Ez. 20:7;36:18).

3 – O conceito de Deus sobre os ídolos (Is. 44:9-20). O próprio Deus nos leva a uma análise crítica sobre a idolatria, mostrando-nos como pode um ser tão inteligente, como o homem, adorar “coisas” feitas de madeira, pedra ou metal. Ele faz afirmações contundentes sobre ídolos, dizendo que: a) eles não tem serventia; b) não tem vida nem sentidos (Sl, 115.4-8); c) servem para confundir e envergonhar; d) é feito por homens fracos e mortais; e) são feitos de materiais, comuns e perecíveis; f) demonstram a insensatez do homem. Deus condena claramente a procissão de imagens de escultura (Is. 45:20), e ainda afirma que a imagem é mentira, pois não há vida nelas (Jr. 51:17,18).

4 – A denúncia do profeta Jeremias (Jr. 44:17-26). A imagem de uma mulher com um menino no colo já era adorada nos tempos do profeta Jeremias. O nome da mulher era Semírames e o nome do menino Tamúz. Com a “conversão” do Império Romano ao Cristianismo, mudou-se o nome da mulher e também do menino (Maria e Jesus), mas a imagem é a mesma. Até hoje é sustentado, pela tradição, a cor das vestes da Rainha do Céu (Jr. 10:1-15). Os homens, no tempo de Jeremias, já se ajoelhavam diante as imagens e adoravam-nas (Jr. 1:16).

5 – O conceito dos Santos Apóstolos (Rm. 1:21-23). No conceito do apóstolo Paulo, a idolatria é: a) desconhecimento de Deus; b) adoração falsa; c) falta de gratidão a Deus; d) insensatez; e) loucura; f) degeneração. Paulo e Barnabé, após terem efetuado um milagre de cura, recusaram a adoração por parte da sociedade de Listra (Atos 14:8-18). O apóstolo Pedro também recusou adoração, por também ser homem (Atos 10:25,26). Os próprios anjos de Deus não aceitaram a adoração humana (Ap. 22:8.9; Mt. 4:9-10). Os fabricantes de imagem consideravam o cristianismo como uma ameaça a seu lucrativo negócio (Atos 19:23-27).

6 – Com relação à idolatria, os cristãos devem: Resguardar-se dela (Js. 23:7); não ter pacto com os idólatras (Êx: 34:16). Os servos do Senhor precisam guardar-se dos ídolos (I Pd. 4:3; I Jo. 5:21), até mesmo hoje em dia.


III – PRIMÓRDIOS DA ADORAÇÃO DE ÍDOLOS NA HISTÓRIA BÍBLICA

1 – Idolatria antediluviana (Gn. 3:6,17; 6:3-5,11-13; Is. 14:12-14; Ez. 28:13-15,17). A idolatria teve seu início, não no domínio visível mas no invisível, Sataná, quando ainda no céu, cobiçou o lugar de Deus, e a idolatria fez com que ele pecasse. Semelhantemente, Eva foi a primeira idólatra humana por cobiçar o fruto proibido. Já no dias de Noé, os homens erigiam os altares dos seus ídolos, e cultuavam a deuses falsos, esforçando-se para representarem Deus por meio de objetos materiais.

2 – Idolatria nos tempos patriarcais (Gn. 10:9; 11:1-9, 27;28; Js. 24:2). Embora o Dilúvio nos dias de Noé destruísse todos os idólatras humanos. A idolatria surgiu de novo, despertada por Ninrode. Através de seu comando, iniciou-se a construção de Babel e da sua torre (provavelmente para ser usado na adoração idólatra, plano este que foi frustado por Deus). Também em Ur dos Caldeus, cidade de Abraão, a idolatria era praticada por seus moradores.

3 – Idolatria nos tempo da Lei (Êx. 20:1-6; Dt. 7:5,6; 29;17). Por terem vivido mais de 400 anos no Egito, o povo de Israel entrou em contato com a idolatria naquele país, A Lei que Deus dera a seu povo, depois de libertá-los do Egito, foi explicitamente dirigida contra as práticas idólatras tão predominantes entre os povos antigos. Moisés ainda afirmou sobre a impossibilidade de se fazer uma imagem do Deus verdadeiro. Todos os acessórios da idolatria – altares, colunas sagradas, postes sagrados, e imagens esculpidas – deviam ser destruídos.  


IV – FORMAS DE IDOLATRIA

Os atos de idolatria, mencionados na Bíblia, incluíam práticas revoltantes tais como:

1 – Prostituição cerimonial, o sacrifício de crianças, a bebedice e a autoflagelação, a ponto de sangrar (I Re. 14:22-24; 18:28; Jr. 19.3-5; Os. 4:13,14; Am. 2:8).

2 – Veneração dos ídolos, por partilhar com eles a comida e a bebida, em festividades ou cerimônias em sua honra (Êx. 32.6; I Co. 8:10).

3 – Curvar-se oferecer sacrifícios aos ídolos, por meio de cânticos e danças diante de tais, e até mesmo por beijá-los (Êx. 32.8,18-20; I Re. 19:18; Os. 13:2).

4 – Praticava-se também idolatria por preparar uma mesa com alimentos e bebidas para os deuses falsos, por fazer ofertas de bebidas, de bolos sacrificiais e de fumaça (incenso) sacrifical, e por chorar em cerimônia religiosa (Is. 65.11; Jr. 7:18;44:17; Ez. 8:14).

5 – A idolatria também consistia na adoração de corpos celestiais (astrologia), tais como a lua, o sol e as estrelas (Ez. 8:16; Dt. 4:15;19; 17:2,3; II Re. 17:16).

6 – Adoração de animais, anjos, demônios e homens, Sl. 106.19,20,28; Cl. 2:8; Ap. 9:20).

7 – Consistia também em fazer o filho passar pelo fogo, consultar adivinhos (búzios, tarô, sortes etc.), prognosticador (astrologia), agoureiros e feiticeiros; procurar encantadores, mágicos e necromantes (Dt, 18:10-14).


V – AS CONSEQUÊNCIAS DA IDOLATRIA

A não obediência a lei de Deus traz sérios danos à humanidade. Vejamos:

1 – Desvia-se da verdadeiro adoração a Deus (Jo. 4:23,24). “Deus é espírito” e, portanto, não pode ser representado, nem por figuras de animais e de homens, Adorar a Deus, segundo Jesus, deve envolver nossos sentimentos, emoções e verdade.

2 – Presta-se culto aos demônios (I Co. 10:14,19-22). O apóstolo afirma que a comida dos ídolos e os ídolos não representam realidades. Mas os demônios são reais. Quando as pessoas pensam que estão sacrificando aos ídolos (deuses), na verdade estão sacrificando aos demônios. Os primitivos cristãos então foram exortados a fugir da idolatria.

3 – Desfaz-se do verdadeiro mediador entre homens e Deus (I Tm. 2:5). Havia uma doutrina herética, no primeiro século, que ensinava que havia muitos intermediários entre Deus e o homem. Até hoje há muitos cristãos que crêem na intercessão dos “santos” no céu, junto a Deus. Paulo salientou, porém, que há um só Mediador entre Deus e os homens – Aquele que morreu pelos pecados de todos – Cristo Jesus.

4 – Não herda-se o Reino dos Céus (I Co. 6:9,10; Ap. 21:8). Paulo relaciona dez tipos de pessoas imorais, que procuram o estilo de vida descrito no texto citado, e que não possuem nenhum desejo de elevar moralmente de sua degradação. As pessoas que se contentam em continuar nessa vida não herdarão o reino de Deus.



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