quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O ESPÍRITO SANTO

Em toda a Bíblia encontramos referências sobre o Espírito Santo. Não poderia ser de outra maneira, pois as Escrituras Sagradas foram produzidas por seu intermédio (I Pd. 1:12). Logo no início, em Gênesis 1:2, encontramos a primeira menção da pessoa do Espírito Santo;”... O Espírito de Deus pairava sobre a face das águas.”
No presente estudo vamos destacar apenas os aspectos mas importantes de ensino bíblico a respeito do Espírito Santo e da Sua obra na Igreja.

O ESPÍRITO SANTO É:

1 – Uma pessoa (Rm. 8:26,27). As Escrituras apresentam o Espírito Santo com uma pessoa, e não simplesmente como uma influência, energia ou poder em ação no mundo. Como pessoa, desempenha as mesmas funções de um indivíduo (sentimento, vontade e intelecto). Ele dá testemunho. Ele corrige, conforta, ensina, dirige, esforça-se e ajuda (Rm. 15:30; Jo. 14:26; 16;8; Atos 8.29; 10;19).

2 – Deus (Atos 5:3,4); O Espírito Santo é identificado com Deus, Possui as mesmas qualidades ou atributos de Deus; a) está em toda a parte (Sl. 139.7); b) tem conhecimento de todas as coisas (I Co. 2:10); c) é Todo-Poderoso, reparte os Dons conforme sua vontade (I Co. 12:11); d) ele é o Espírito eterno (Hb. 9:14).

3 – A Ele se atribuem as obras divinas (Gn. 1:2). Ele tomou parte ativa na criação do mundo e é responsável pela renovação do mesmo (Sl. 104:30). Produz novas criaturas em Cristo Jesus (Jo. 3:5). A ressurreição de Cristo é obra do Espírito Santo (Rm, 1:4; 8;11). Ele mesmo procede do Pai e de Jesus Cristo, seu Filho (Jo. 15:26; 16;7). É mencionado em pé de igualdade como o Pai e o Filho (Mt. 28:19; II co. 13;13).


NOMES DO ESPÍRITO SANTO

O terceiro membro da Divindade, por ordem de revelação, é conhecido por muitos nomes, porém faremos uma análise de quatro nomes principais, sendo eles:

1 – Espírito de Deus (I Jo. 4:2). Por meio deste nome, chama-se atenção à relação especial entre o Espírito Santo e Deus Pai. Ele é o executivo da divindade, operando tanto na esfera física como na moral. Por meio do Espírito, Deus opera na esfera espiritual, convertendo os pecadores, sanfiicando e sustentando os cristãos.

2 – Espírito de Cristo (Rm. 8:9). Por que o Espírito Santo é chamado o Espírito de Cristo? a) Porque ele é enviado em nome de Cristo (Jo. 14.26), b) Porque ele é enviado por Cristo (Lc. 24:49; Jo. 16:7); c) O Espírito Santo é chamado de Espírito de Cristo porque também foi por Deus pai (Gl. 4:6).

3 – Espírito Santo (Lc. 3:16; 12:12). Ele é chamado Espírito Santo, porque é Deus, e porque sua obra principal é a santificação. O Espírito Santo veio para organizar a natureza do homem e para opor-se a todas as suas tendências más (Jo. 16:8). A Santidade, pois, é a mais notável característica deste membro da Divindade.

4 – Consolador (Jo. 14:16). Jesus anunciou a vinda do Espírito Santo como sendo “o Consolador”. Esta é a única referência a Ele por esse nome. A palava Consolador deriva do grego “Parakletos” significa literalmente: “Aquele que vem quando é chamado para estar ao nosso lado, como advogado, com o propósito de nos ajudar”. Ele satisfaz todas as necessidades do cristão com a intimidade de um companheiro fiel e compreensivo.


OBRA DO ESPÍRITO SANTO

1 – A obra do Espírito Santo na vida do ser humano. a) Ele convence o homem do pecado, levando ao conhecimento as verdades absolutas de Deus (Jo. 16:8); b) ele regenera o ser humano, lavando-o de seus pecados (Tt. 3:5); c) Após a conversão, o Espírito Santo passa a habitar no cristão (Jo. 14.17; Rm.; 8:9; I Co. 6.19); b) na regeneração o Espírito Santo efetua uma mudança radical no homem, concedendo-lhe um novo princípio de vida, isso é o que chamamos de santificação (I Pd. 1:2); e) o Espírito Santo também reveste o cristão de poder, capacitando-o para um viver santo e também para o testemunho do evangelho (Atos 1:8).

2 – A obra do Espírito Santo na Igreja de Deus. a) Ele faz crescer as igrejas (Atos 9:31); b) Ele dirige a Igreja (Atos 15:28); c) concede dos espirituais aos cristãos, visando o crescimento do Reino de Deus (I Co. 12:7-11); d) constitui pastores sobre as igrejas, vocacionando-os e dando-lhe capacidade (Atos 20:28).

3 – A obra do Espírito Santo no mundo (Jo. 16:9-11). Ele opera no mundo, agindo na vida daqueles que ainda não experimentaram o processo de conversão. a) o Espírito Santo veio ao mundo para convencer do pecado; b) o Espírito Santo convence o mundo da justiça; c) o Espírito Santo convence do juízo vindouro de Deus.

O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO.

Em Gálatas 5.22,23, o apóstolo Paulo dá-nos uma lista de características que nos permitem identificar a presença do Espírito Santo na vida do cristão.

1 – Em seu interior. O primeiro resultado da presença do Espírito Santo no cristão é sentido através do que se manifesta em seu interior; amor, gozo e paz. O amor aqui referido não é o afeto sentimental entre duas pessoas. É algo mais profundo, vasto e nobre, que faz parte essencial da vida, e a governa, e que só o Espírito Santo pode dar.

2 – Em sua vida exterior. O segundo resultado manifesta-se na vida exterior; benignidade, bondade e longanimidade (longo + ânimo), significa serena resignação, em face de injustiças. É a capacidade de suportar maus tratos, sem procurar vingança. É contender com pessoas exaltadas, sem contudo se irritar; é manter a calma no meio de injúrias e calúnias.

3 – Em seus relacionamentos. O terceiro resultado do Espírito Santo manifesta-se no íntimo relacionamento da pessoa consigo e com os outros: fidelidade, humildade, domínio próprio. Fidelidade significa honestidade, lealdade para com os homens e para com Deus. Humildade quer dizer modéstia, respeito e submissão. Por último, temos o domínio próprio, que é o controle físico-emcional. O único poder que, na terra, pode dar ao homem vitória sobre essas coisas é o Espírito Santo de Deus.


ATITUDES DO CRISTÃO PARA COM O ESPÍRITO SANTO

A Bíblia nos orienta a respeito de nossa relação com o Espírito Santo de Deus.

1 – Devemos buscar a plenitude do Espírito (Ef. 5:18-21). “Enchei-vos” está no presente, indicando uma experiência continua. A plenitude do Espírito Santo deve ser a nossa constante preocupação.

2 – Não apagar a influência do Espírito Santo (I Ts. 5:19). “Não extingais o Espírito Santo” é o mesmo que não apagar o seu fogo (Mt. 3:11), nem desprezar os seus dons para o ministério da igreja. Parece que alguns cristãos “precavidos” puseram em dúvida o uso dos dons espirituais na igreja, sendo então corrigidos por Paulo.

3 – Evitar entristecer o Espírito Santo (Ef. 4:29,30). O nosso comportamento, as nossas atitudes e palavras, pensamentos e sentimentos, podem entristecer o Espírito Santo, ferindo-o e negando, na prática, o significado de Sua presença santificadora no cristão, que é uma amostra da redenção final dEle (Ef., 1.13-14).

4 – Não resistir à sua voz (Atos 7:51), quanto não damos ouvidos à voz do Espírito Santo estamos entristecendo-o e resistindo à sua correção para nossas vidas.

5 – Não mentir ao Espírito Santo (Atos 5:3;4). Mentir ao Espírito Santo é mentir a Deus, pois o Espírito Santo é Deus.

6 – Não blasfemar contra o Espírito Santo (Mt. 12.31,32). A blasfêmia contra o Espírito Santo é a rejeição deliberada do testemunho que o Espírito Santo dá de Cristo, de Sua palavra e de Sua obra de convencer o homem do pecado. A blasfêmia também se caracteriza pela atribuição das obras do Espírito Santo a Satanás. Ao fazer isso, o homem afasta de si mesmo o único recurso que pode levá-lo ao perdão.

7 – Não ultrajar o Espírito Santo (Hb. 10.29). Ultrajar é o mesmo que insultar o Espírito Santo e rebelar-se contra Ele, o qual comunica a graça de Deus. É a tentativa de desfazer a obra do Espírito Santo, ou seja: apostasia total (Is. 63.10).


O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO NAS PROFECIAS.

No Antigo Testamento, Deus falava através dos profetas, para anunciar as coisas vindouras. Vejamos algumas profecias a respeito do Batismo no Espírito Santo.

1 – O profeta Joel fala desse derramamento 750 a.C. (Joel 2:28-29). O profeta Joel é direto e refere-se aos que seriam revestido por esse derramamento; a) toda carne: a promessa não estava limitada a um povo; b) os filhos(as) e anciões (a promessa não estava limitada a uma geração); c) os servos (as). Ou seja escravos (a promessa não discrimina classe social).

2 – O profeta Isaías também vaticinou a respeito do Espírito Santo (Is. 44:3). A linguagem do profeta Isaías era do conhecimento do escriba, do sacerdote, mas também poderia compreendê-lo o humilde camponês agricultor. Assim, todos que sabiam da importância da chuva para terra, a fim de estar preparada para a lavoura, poderiam entender que a obra semelhante Deus faria realizar pelo Espírito Santo na vida da igreja. O Senhor tirara a igreja de um estado de sequidão espiritual, de desolação, para ser uma lavoura bem regada e produtiva (Pv. 1:23).

3 – O profeta Zacarias se referiu à promessa mencionando o tempo do cumprimento (Zc. 10:1). Zacarias usa o símbolo da chuva serôdia e menciona o tempo, mesmo sem determiná-lo. A chuva temporã e serôdia cai na estação da semeadura e da colheita do grão. Quando a Bíblia se refere a essas chuvas no símbolo do Espírito Santo, une as duas em ação conjunta e chama: a chuva temporã e serôdia (Jl. 2:23). Isto porque do modo como a mesma chuva pode ser serôdia para uma espécie de lavoura, pode também ser temporã para outra espécie.

4 – João Batista confirmou a profecia (Mt. 3.11; Mc. 1:8), Cerca de 3 anos e meio antes do cumprimento da profecia de Joel, João Batista profetizou também sobre este assunto. Ao ser comissionado por Deus para uma missão especial, João iniciou sua obrar pregando o batismo do arrependimento, porém ele já anunciava um que batizaria com o Espírito Santo e com fogo.

5 – Jesus testificou que ele mesmo cumpriria Sua promessa (Lc. 24:49; Atos 1:4-8). Cerca de 8 dias antes do cumprimento da promessa do derramamento do Espírito Santo, o próprio Jesus profetizou. Lucas então narra com mais detalhes a profecia de Jesus a respeito do batismo. O Senhor Jesus confirmou toda a Palavra profética prometendo, Ele mesmo, que os seus seguidores seriam batizados no Espírito Santo “não muito depois daqueles dias”.


II - O CUMPRIMENTO DA PROFECIA

1 – O Espírito Santo seria dado após a glorificação de Jesus (Jo. 7:37-39; Atos 2:33). O tempo para o cumprimento da promessa do batismo no Espírito Santo estava condicionado à volta de Jesus ao Pai a Sua glorificação (Jo. 16.7). Pedro conhecia muito bem esta doutrina, porque no Pentecostes ele a confirmou.

2 – O Batismo no Espírito Santo ocorreu no dia de Pentecostes (Atos 2:1-4). O Pentecostes era o tempo marcado por Deus para o cumprimento dessa profecia. Nas festas de Israel, era a 3ª delas, começando com a Páscoa e as Primícias. Todas elas estão relacionadas ao plano de Deus. A Páscoa cumpriu-se com a morte de Jesus, cordeiro pascoal (I Co. 5.7). As Primícias se cumpriram com a ressurreição de Jesus dentro os mortos (I Co. 15:20,23). O Pentecostes acontecia 50 dias depois de contar do dia 16 de Abibe (Lv. 23:9-16). que era um dia depois da Páscoa. Assim o Senhor Jesus foi morto, sepultado e ressuscitou ao 3º dia. Passou 40 dias com os discípulos e foi levado aos céus (Atos 1:1,2). Completados os 50 dias, acontecia a festa do Pentecostes em Jerusalém (Atos 2:1). Foi exatamente nesse tempo que a promessa foi cumprida, estando os discípulos reunidos no cenáculo.


COMO RECEBER O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

1 – Precisamos crer em Cristo (Mc. 16:17-18). Para receber o batismo no Espírito Santo, o indivíduo tem que crer em Jesus, pois é impossível que uma pessoa não creia nEle e receba esse batismo (Jo. 14:16, 17); Rm. 8.16).

2 – Devemos obedecer a Deus (Atos 5.32). O texto é enfático: Deus só pode conceder esse dom aqueles que lhe obedecem. Se existe qualquer elemento de rebelião no coração do indivíduo, primeiro terá de acertar as contas por meio de uma entrega total a Deus, confessando seus pecados e sendo purificado dos mesmos. (Is. 59.1,2; I Jo. 1:7).

3 – Devemos pedir o Espírito Santo (Lc. 11:13). Aqui se vê a bondade, a generosidade, a disposição e a imparcialidade do nosso Pai celestial. Ele pode dar o Espírito Santo a todos os que lho pedirem (Atos 2:39).

4 – Devemos crer (Jo. 7:39; Gl. 3:14). A fé em Deus consiste numa total ausência de dependência de nós mesmos ou de outros, e no conhecimento de que só Deus tem aquilo de que precisamos e desejamos. Temos de acreditar que ele dará seus dons de graça, e que dará livremente na medida em que satisfizermos as condições por ele impostas e pedirmos individualmente os dons prometidos.