Em toda a
Bíblia encontramos referências sobre o Espírito Santo. Não
poderia ser de outra maneira, pois as Escrituras Sagradas foram
produzidas por seu intermédio (I Pd. 1:12). Logo no início, em
Gênesis 1:2, encontramos a primeira menção da pessoa do Espírito
Santo;”... O Espírito de Deus pairava sobre a face das águas.”
No
presente estudo vamos destacar apenas os aspectos mas importantes de
ensino bíblico a respeito do Espírito Santo e da Sua obra na
Igreja.
O ESPÍRITO SANTO É:
1 –
Uma pessoa (Rm. 8:26,27). As Escrituras apresentam o Espírito
Santo com uma pessoa, e não simplesmente como uma influência,
energia ou poder em ação no mundo. Como pessoa, desempenha as
mesmas funções de um indivíduo (sentimento, vontade e intelecto).
Ele dá testemunho. Ele corrige, conforta, ensina, dirige, esforça-se
e ajuda (Rm. 15:30; Jo. 14:26; 16;8; Atos 8.29; 10;19).
2 –
Deus (Atos 5:3,4); O Espírito Santo é identificado com Deus,
Possui as mesmas qualidades ou atributos de Deus; a) está em toda a
parte (Sl. 139.7); b) tem conhecimento de todas as coisas (I Co.
2:10); c) é Todo-Poderoso, reparte os Dons conforme sua vontade (I
Co. 12:11); d) ele é o Espírito eterno (Hb. 9:14).
3 –
A Ele se atribuem as obras divinas (Gn. 1:2). Ele tomou parte
ativa na criação do mundo e é responsável pela renovação do
mesmo (Sl. 104:30). Produz novas criaturas em Cristo Jesus (Jo.
3:5). A ressurreição de Cristo é obra do Espírito Santo (Rm, 1:4;
8;11). Ele mesmo procede do Pai e de Jesus Cristo, seu Filho (Jo.
15:26; 16;7). É mencionado em pé de igualdade como o Pai e o Filho
(Mt. 28:19; II co. 13;13).
NOMES
DO ESPÍRITO SANTO
O
terceiro membro da Divindade, por ordem de revelação, é conhecido
por muitos nomes, porém faremos uma análise de quatro nomes
principais, sendo eles:
1 –
Espírito de Deus (I Jo. 4:2). Por meio deste nome, chama-se
atenção à relação especial entre o Espírito Santo e Deus Pai.
Ele é o executivo da divindade, operando tanto na esfera física
como na moral. Por meio do Espírito, Deus opera na esfera
espiritual, convertendo os pecadores, sanfiicando e sustentando os
cristãos.
2 –
Espírito de Cristo (Rm. 8:9). Por que o Espírito Santo é
chamado o Espírito de Cristo? a) Porque ele é enviado em nome de
Cristo (Jo. 14.26), b) Porque ele é enviado por Cristo (Lc. 24:49;
Jo. 16:7); c) O Espírito Santo é chamado de Espírito de Cristo
porque também foi por Deus pai (Gl. 4:6).
3 –
Espírito Santo (Lc. 3:16; 12:12). Ele é chamado Espírito
Santo, porque é Deus, e porque sua obra principal é a santificação.
O Espírito Santo veio para organizar a natureza do homem e para
opor-se a todas as suas tendências más (Jo. 16:8). A Santidade,
pois, é a mais notável característica deste membro da Divindade.
4 –
Consolador (Jo. 14:16). Jesus anunciou a vinda do Espírito Santo
como sendo “o Consolador”. Esta é a única referência a Ele por
esse nome. A palava Consolador deriva do grego “Parakletos”
significa literalmente: “Aquele que vem quando é chamado para
estar ao nosso lado, como advogado, com o propósito de nos ajudar”.
Ele satisfaz todas as necessidades do cristão com a intimidade de um
companheiro fiel e compreensivo.
OBRA
DO ESPÍRITO SANTO
1 –
A obra do Espírito Santo na vida do ser humano. a) Ele convence
o homem do pecado, levando ao conhecimento as verdades absolutas de
Deus (Jo. 16:8); b) ele regenera o ser humano, lavando-o de seus
pecados (Tt. 3:5); c) Após a conversão, o Espírito Santo passa a
habitar no cristão (Jo. 14.17; Rm.; 8:9; I Co. 6.19); b) na
regeneração o Espírito Santo efetua uma mudança radical no homem,
concedendo-lhe um novo princípio de vida, isso é o que chamamos de
santificação (I Pd. 1:2); e) o Espírito Santo também reveste o
cristão de poder, capacitando-o para um viver santo e também para o
testemunho do evangelho (Atos 1:8).
2 –
A obra do Espírito Santo na Igreja de Deus. a) Ele faz crescer
as igrejas (Atos 9:31); b) Ele dirige a Igreja (Atos 15:28); c)
concede dos espirituais aos cristãos, visando o crescimento do Reino
de Deus (I Co. 12:7-11); d) constitui pastores sobre as igrejas,
vocacionando-os e dando-lhe capacidade (Atos 20:28).
3
– A obra do Espírito Santo no mundo (Jo. 16:9-11). Ele
opera no mundo, agindo na vida daqueles que ainda não experimentaram
o processo de conversão. a) o Espírito Santo veio ao mundo para
convencer do pecado; b) o Espírito Santo convence o mundo da
justiça; c) o Espírito Santo convence do juízo vindouro de Deus.
O
FRUTO DO ESPÍRITO SANTO.
Em
Gálatas 5.22,23, o apóstolo Paulo dá-nos uma lista de
características que nos permitem identificar a presença do Espírito
Santo na vida do cristão.
1 –
Em seu interior. O primeiro resultado da presença do Espírito
Santo no cristão é sentido através do que se manifesta em seu
interior; amor, gozo e paz. O amor aqui referido não é o afeto
sentimental entre duas pessoas. É algo mais profundo, vasto e nobre,
que faz parte essencial da vida, e a governa, e que só o Espírito
Santo pode dar.
2 –
Em sua vida exterior. O segundo resultado manifesta-se na vida
exterior; benignidade, bondade e longanimidade (longo + ânimo),
significa serena resignação, em face de injustiças. É a
capacidade de suportar maus tratos, sem procurar vingança. É
contender com pessoas exaltadas, sem contudo se irritar; é manter a
calma no meio de injúrias e calúnias.
3 –
Em seus relacionamentos. O terceiro resultado do Espírito Santo
manifesta-se no íntimo relacionamento da pessoa consigo e com os
outros: fidelidade, humildade, domínio próprio. Fidelidade
significa honestidade, lealdade para com os homens e para com Deus.
Humildade quer dizer modéstia, respeito e submissão. Por último,
temos o domínio próprio, que é o controle físico-emcional. O
único poder que, na terra, pode dar ao homem vitória sobre essas
coisas é o Espírito Santo de Deus.
ATITUDES
DO CRISTÃO PARA COM O ESPÍRITO SANTO
A Bíblia
nos orienta a respeito de nossa relação com o Espírito Santo de
Deus.
1 –
Devemos buscar a plenitude do Espírito (Ef. 5:18-21).
“Enchei-vos” está no presente, indicando uma experiência
continua. A plenitude do Espírito Santo deve ser a nossa constante
preocupação.
2 – Não
apagar a influência do Espírito Santo (I Ts. 5:19). “Não
extingais o Espírito Santo” é o mesmo que não apagar o seu fogo
(Mt. 3:11), nem desprezar os seus dons para o ministério da igreja.
Parece que alguns cristãos “precavidos” puseram em dúvida o uso
dos dons espirituais na igreja, sendo então corrigidos por Paulo.
3 –
Evitar entristecer o Espírito Santo (Ef. 4:29,30). O nosso
comportamento, as nossas atitudes e palavras, pensamentos e
sentimentos, podem entristecer o Espírito Santo, ferindo-o e
negando, na prática, o significado de Sua presença santificadora no
cristão, que é uma amostra da redenção final dEle (Ef., 1.13-14).
4 –
Não resistir à sua voz (Atos 7:51), quanto não damos ouvidos à
voz do Espírito Santo estamos entristecendo-o e resistindo à sua
correção para nossas vidas.
5 –
Não mentir ao Espírito Santo (Atos 5:3;4). Mentir ao Espírito
Santo é mentir a Deus, pois o Espírito Santo é Deus.
6 –
Não blasfemar contra o Espírito Santo (Mt. 12.31,32). A
blasfêmia contra o Espírito Santo é a rejeição deliberada do
testemunho que o Espírito Santo dá de Cristo, de Sua palavra e de
Sua obra de convencer o homem do pecado. A blasfêmia também se
caracteriza pela atribuição das obras do Espírito Santo a Satanás.
Ao fazer isso, o homem afasta de si mesmo o único recurso que pode
levá-lo ao perdão.
7 –
Não ultrajar o Espírito Santo (Hb. 10.29). Ultrajar é o mesmo
que insultar o Espírito Santo e rebelar-se contra Ele, o qual
comunica a graça de Deus. É a tentativa de desfazer a obra do
Espírito Santo, ou seja: apostasia total (Is. 63.10).
O
BATISMO NO ESPÍRITO SANTO NAS PROFECIAS.
No
Antigo Testamento, Deus falava através dos profetas, para anunciar
as coisas vindouras. Vejamos algumas profecias a respeito do Batismo
no Espírito Santo.
1 –
O profeta Joel fala desse derramamento 750 a.C. (Joel 2:28-29). O
profeta Joel é direto e refere-se aos que seriam revestido por esse
derramamento; a) toda carne: a promessa não estava limitada a um
povo; b) os filhos(as) e anciões (a promessa não estava limitada a
uma geração); c) os servos (as). Ou seja escravos (a promessa não
discrimina classe social).
2 –
O profeta Isaías também vaticinou a respeito do Espírito Santo
(Is. 44:3). A linguagem do profeta Isaías era do conhecimento do
escriba, do sacerdote, mas também poderia compreendê-lo o humilde
camponês agricultor. Assim, todos que sabiam da importância da
chuva para terra, a fim de estar preparada para a lavoura, poderiam
entender que a obra semelhante Deus faria realizar pelo Espírito
Santo na vida da igreja. O Senhor tirara a igreja de um estado de
sequidão espiritual, de desolação, para ser uma lavoura bem regada
e produtiva (Pv. 1:23).
3 –
O profeta Zacarias se referiu à promessa mencionando o tempo do
cumprimento (Zc. 10:1). Zacarias usa o símbolo da chuva serôdia
e menciona o tempo, mesmo sem determiná-lo. A chuva temporã e
serôdia cai na estação da semeadura e da colheita do grão. Quando
a Bíblia se refere a essas chuvas no símbolo do Espírito Santo,
une as duas em ação conjunta e chama: a chuva temporã e serôdia
(Jl. 2:23). Isto porque do modo como a mesma chuva pode ser serôdia
para uma espécie de lavoura, pode também ser temporã para outra
espécie.
4 –
João Batista confirmou a profecia (Mt. 3.11; Mc. 1:8), Cerca de
3 anos e meio antes do cumprimento da profecia de Joel, João Batista
profetizou também sobre este assunto. Ao ser comissionado por Deus
para uma missão especial, João iniciou sua obrar pregando o batismo
do arrependimento, porém ele já anunciava um que batizaria com o
Espírito Santo e com fogo.
5 –
Jesus testificou que ele mesmo cumpriria Sua promessa (Lc. 24:49;
Atos 1:4-8). Cerca de 8 dias antes do cumprimento da promessa do
derramamento do Espírito Santo, o próprio Jesus profetizou. Lucas
então narra com mais detalhes a profecia de Jesus a respeito do
batismo. O Senhor Jesus confirmou toda a Palavra profética
prometendo, Ele mesmo, que os seus seguidores seriam batizados no
Espírito Santo “não muito depois daqueles dias”.
II -
O CUMPRIMENTO DA PROFECIA
1 –
O Espírito Santo seria dado após a glorificação de Jesus (Jo.
7:37-39; Atos 2:33). O tempo para o cumprimento da promessa do
batismo no Espírito Santo estava condicionado à volta de Jesus ao
Pai a Sua glorificação (Jo. 16.7). Pedro conhecia muito bem esta
doutrina, porque no Pentecostes ele a confirmou.
2 –
O Batismo no Espírito Santo ocorreu no dia de Pentecostes (Atos
2:1-4). O Pentecostes era o tempo marcado por Deus para o
cumprimento dessa profecia. Nas festas de Israel, era a 3ª delas,
começando com a Páscoa e as Primícias. Todas elas estão
relacionadas ao plano de Deus. A Páscoa cumpriu-se com a morte de
Jesus, cordeiro pascoal (I Co. 5.7). As Primícias se cumpriram com a
ressurreição de Jesus dentro os mortos (I Co. 15:20,23). O
Pentecostes acontecia 50 dias depois de contar do dia 16 de Abibe
(Lv. 23:9-16). que era um dia depois da Páscoa. Assim o Senhor Jesus
foi morto, sepultado e ressuscitou ao 3º dia. Passou 40 dias com os
discípulos e foi levado aos céus (Atos 1:1,2). Completados os 50
dias, acontecia a festa do Pentecostes em Jerusalém (Atos 2:1). Foi
exatamente nesse tempo que a promessa foi cumprida, estando os
discípulos reunidos no cenáculo.
COMO
RECEBER O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
1 –
Precisamos crer em Cristo (Mc. 16:17-18). Para receber o batismo
no Espírito Santo, o indivíduo tem que crer em Jesus, pois é
impossível que uma pessoa não creia nEle e receba esse batismo (Jo.
14:16, 17); Rm. 8.16).
2 –
Devemos obedecer a Deus (Atos 5.32). O texto é enfático: Deus
só pode conceder esse dom aqueles que lhe obedecem. Se existe
qualquer elemento de rebelião no coração do indivíduo, primeiro
terá de acertar as contas por meio de uma entrega total a Deus,
confessando seus pecados e sendo purificado dos mesmos. (Is. 59.1,2;
I Jo. 1:7).
3 –
Devemos pedir o Espírito Santo (Lc. 11:13). Aqui se vê a
bondade, a generosidade, a disposição e a imparcialidade do nosso
Pai celestial. Ele pode dar o Espírito Santo a todos os que lho
pedirem (Atos 2:39).
4 –
Devemos crer (Jo. 7:39; Gl. 3:14). A fé em Deus consiste numa
total ausência de dependência de nós mesmos ou de outros, e no
conhecimento de que só Deus tem aquilo de que precisamos e
desejamos. Temos de acreditar que ele dará seus dons de graça, e
que dará livremente na medida em que satisfizermos as condições
por ele impostas e pedirmos individualmente os dons prometidos.